Teo novamente tenta cofrontar médicos, mas recuou a tempo



Fernando Pedrosa,

O governador Teo Vilela mais uma vez entrou em confronto com a classe médica, quando disse que iria excluir o aumento de 7% e a gratificação àqueles médicos que supostamente estão respondendo algum processo decorrente de negligência na atividade laborativa. Nada demais se ele tivesse se referindo a quem já teve a ação transitado em julgado. O problema é que, do ponto de vista legal, é um erro punir qualquer cidadão quando a justiça ainda não deu um parecer conclusivo sobre a acusação que lhe é imputada. Quando a sentença é final, O Cremal é a principal parte interessada na aplicação da penalidade prevista em lei , entretanto, a entidade não compactua com a discriminação por parte do Estado, ou quem quer que seja, antes da sentença final.

Outro aspecto questionado é como e onde o governo terá acesso ao nome dos médicos que respondem processo, se isso é sigiloso. É informação restrita ao Conselho e a Justiça. São poucos os casos, e mesmo assim, a informação só é tornada pública quando a justiça conclui as investigações, e não há mais como recorrer porque já foram esgotadas todas as possibilidades de recurso.

O governador foi infeliz em sua declaração, inclusive se for levado em conta que são poucos os casos em questão, não há sequer grande impacto na folha do Estado. Fique claro que aqueles cuja sentença foi dada em caráter final, devem sim ser punidos sim, mas mesmo que percam o cargo, nem assim o fato representa uma folga nas despesas com a folha de pessoal. É algo ínfimo, tanto que nem faz sentido o governador se valer disso para aquecer seu pseudo discurso de gestor atento a enxugar despesas do orçamento.

De acordo com a declaração de Vilela, também seria cortada a gratificação desses médicos. Ora, uma gratificação dada a toda a classe como bônus, há alguns anos, ficou sob ameaça. Felizmente alguns membros da equipe do governo percebeu a barbaridade do conteúdo das declarações feitas pelo chefe do Executivo no começo de junho de 2011. E o melhor: dessa vez ele foi obediente e recuou, mas a categoria já tinha se irritado e iria reagir sim. Portanto, cuidado com o peso das palavras nunca é demais.

É presidente do Conselho Regional de Medicina

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