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PESTE, UMA DOENÇA OCUPACIONAL



RESUMO


A peste é uma zoonose causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida principalmente por picadas depulgas infectadas. Distribuída mundialmente, constitui perigo potencial para as populações humanas por causa da persistência da infecção em roedores silvestres e de seu potencial epidêmico.


Considerando as mudanças no perfil epidemiológico das doenças infecciosas, bem como as mudanças socioculturais, é imprescindível que os profissionais expostos ao risco de infecção adotem medidas de biossegurança para assegurar sua proteção e evitar a disseminação da doença.



DESCRITORES: Peste. Yersinia pestis. Doença ocupacional.



O desenvolvimento tecnológico e científico, per se, foi incapaz de evitar a manutenção, a expansão, assim como a reemergência de problemas sanitários que acometem a humanidade há séculos, tais como a malária, a raiva e a peste, por exemplo. O desmatamento e a exploração desordenada de reservas florestais contribuíram para o aquecimento global e, consequentemente, a destruição de ecossistemas, determinando mudanças no perfil epidemiológico de diversas doenças, levando ao aumento da incidência em áreas endêmicas e ao surgimento de novos casos em locais anteriormente considerados indenes.


A possibilidade de disseminação de agentes patogênicos por todo o mundo em poucas horas, através dos mais diversos mecanismos de transmissão, tornou-se possível graças à integração das economias e mercados
internacionais.

Tais fatos exigem autoridades e técnicos de saúde capazes de fazer frente ao inusitado,conhecendo os fatores bióticos e abióticos que predispõem o aparecimento das doenças, possibilitando predizer a sua possível ocorrência em novas áreas, permitindo a adoção de medidas eficazes de controle.

 Um dos aspectos que também merece atenção são os riscos a que estão submetidos os profissionais envolvidos no combate às zoonoses, especialmente os que trabalham com a peste, pois eles ainda são quase desconhecidos.

A peste  é uma zoonose focal causada pela Yersinia pestis, que se mantém na natureza por meio de intrincada  cadeia epidemiológica que envolve várias ordens de mamíferos especialmente roedores(reservatórios/hospedeiros) e pulgas (vetores).


A bactéria penetra no organismo através da pele ou mucosas por picada de pulgas infectadas, contato direto com tecidos ou secreções contaminados e aerossóis. A doença se expressa clinicamente sob diversas formas e as três mais freqüentes são a bubônica, a septicêmica e a pneumônica (23).

A real morbimortalidade por peste não é bem conhecida, pois ela habitualmente aflige locais pobres, onde os casos e as mortes ocorrem sem ou com assistência médica precária e a vigilância epidemiológica é ineficaz, gerando subnotificação. O temor dos cidadãos e dos governos acerca do impacto da divulgação da ocorrência de casos da doença sobre a economia dificulta ainda mais a obtenção desses dados. Anualmente, apesar dessas dificuldades, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebe uma média de 2.000 notificações de casos ocorridos na África, Ásia Central, sudeste da Europa e nas Américas (31)
.
Os profissionais de saúde, tais como médicos, enfermeiros, profissionais  LINK PDF

Geane Maria de Oliveira, 1 e 2 Celso Tavares, 3 José Luiz de Oliveira Magalhães 4 e Alzira Maria Paiva de Almeida 4 1 Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, CPqAM/Fiocruz, Recife/PE; 2 Laboratório Central de Saúde Pública – Lacen/PE 3 Faculdade de Medicina, UFAL, Maceió/AL; 4 Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz, Recife/PE. Endereço para correspondência: Geane Maria de Oliveira. Serviço de Referência em Peste, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Campus da UFPE. Av. Moraes Rego, s/n, CEP: 50670-420, Recife/PE, Brasil. E-mail: geaneoliva@gmail.com Recebido para publicação em: 21/9/2010. Revisto em: 28/1/2011. Aceito em: 30/3/2011.

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