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OS HOSPITAIS E AS INFECÇÕES HOSPITALARES - histórico e papel do estado

Infecção Hospitalar

" O aparecimento das infecções hospitalares é tão antigo quanto o surgimento dos hospitais. Data aproximadamente do ano 330 a.C. no Império Romano, a existência do primeiro hospital urbano, embora tenha sido relatada a construção do primeiro hospital em 394 a.C. na periferia de Roma Posteriormente, muitos outros foram criados, como o Hotel-Dieu na França, que possuía cerca de 1.200 leitos, muitos dos quais eram compartilhados com outros doentes(6). Ressaltamos a utilização do termo “hospital” por conveniência didática, haja vista que tal denominação não se aplicava a esta instituição nos primórdios de sua existência.

Conforme o Concílio de Nicéia, os hospitais eram construídos próximos às catedrais(11), caracterizando uma função caritativa, de assistência aos pobres, inválidos, peregrinos e doentes. Esses espaços de segregação e de exclusão, similares a albergues ou asilos, eram considerados fonte inesgotável de doença devido às características sanitárias e de assistência precárias, não se fazendo presentes, portanto, nem o médico e nem a atividade terapêutica.

Não dispunham de nenhuma forma de sistematização assistencial que evitasse os contágios entre as pessoas ali assistidas, favorecendo a disseminação de doenças, especialmente as de caráter infeccioso. O hospital era mais do que local de cura e cuidado, uma fonte de doença e local de morte.

Desde o período a.C., na Roma Antiga e na Idade Média, a assistência nos hospitais era prestada quase sempre por mulheres, como religiosas, prostitutas e outras pessoas sem qualquer tipo de qualificação e remuneração. Para aquelas consideradas pecadoras, servia como um meio para a remissão dos seus pecados e merecimento de indulgências.

Por terem caráter social, os hospitais não eram utilizados pelas famílias mais abastadas. Estas, realizavam os cuidados e a assistência aos seus enfermos no próprio domicílio. Até meados do Século XVIII, o hospital não era um local para o doente se curar e sim um local para assistência aos pobres que estavam morrendo.

Paralelamente às condições precárias pelas quais se conformavam os hospitais até meados do século XVIII, se observou a ocorrência das infecções hospitalares, ou seja, as pessoas doentes assistidas nos hospitais, passavam a desenvolver outras doenças em função da hospitalização.

A infecção surge nos hospitais como uma conseqüência das precárias condições em que as pessoas eram dispostas e atendidas naqueles ambientes. A precariedade das condições por sua vez, contribuiu para a evolução do conhecimento sobre o hospital e sua finalidade, que, gradativamente, passa a ter uma nova função na assistência à saúde. 

A mudança desse paradigma caritativo-assistencial ocorre no final do Séc. XVIII, com a conscientização de que o hospital poderia e deveria ser um instrumento de terapêutica, não pela ação sobre o doente ou a doença, mas pelos efeitos negativos que ele causava, como as desordens econômico-sociais.

A partir de inquéritos a pedido da Academia de Ciências em outros hospitais da Europa, inicia-se a reforma e reconstrução do Hotel-Dieu de Paris. Surgem também novas concepções quanto à relação entre fenômenos patológicos e espaciais, como segregação de doentes de acordo com a nosologia, cuidados com contaminações e o ambiente, de forma a evitar os fatos patológicos próprios dos hospitais "

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