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Rosa Celia: Vida de luta e perseverança de uma Alagoana !

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Vida de luta e perseverança de uma Alagoana !



Motivada pela própria trajetória de vida, a cardiologista infantil Dra. Rosa Celia Pimentel Barbosa dirige o Pro Criança Cardíaca com muito entusiasmo e determinação. Alagoana de Palmeira dos Índios, a fundadora e diretora do Pro Criança Cardíaca é uma das médicas mais respeitadas do país. Vinda de uma infância pobre, ela passou por momentos difíceis até chegar ao seu grande sonho: a Faculdade de Medicina.

Com muito esforço e estudo, conseguiu cursar Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou intensamente nos hospitais da rede pública. Depois, mudou-se para Londres sem saber uma palavra em inglês, língua que aprendeu em poucos meses, para se especializar em cardiologia pediátrica. Em seguida, partiu para o curso de especialização no Texas Children Hospital, nos EUA. Em 1989, após aposentar-se na rede pública, tira 6 meses sabáticos no Children`s Hospital Medical Center, em Boston, para um aprofundamento nas novas técnicas no tratamento das doenças cardíacas da criança. Retornando ao Brasil, Dra. Rosa implanta o departamento pediátrico do Hospital Pró Cardíaco e instala a sua clínica particular, localizada bem próxima ao hospital.

Sua determinação e iniciativa já renderam inúmeras homenagens e premiações;

Em 1999, foi citada na lista dos 10 melhores médicos da cidade do Rio de Janeiro, pela revista Veja Rio.

2004 – Dra. Rosa foi uma das condutoras do revezamento da Tocha Olímpica de Atenas, quando esta passou pela cidade maravilhosa.

2007 – Recebeu, em Roma, o título de Embaixadora e Operadora da Paz no Mundo; Cariocas do Ano, pela revista Veja Rio; Faz Diferença, do Jornal O Globo, na categoria Ciência e, e foi uma das Personalidades Cidadania, da Folha Dirigida.

2008 – Em solenidade acompanhada pelo filho Pedro do Rego Monteiro e pelo prefeito Eduardo Paes, Dra. Rosa Célia recebeu a Medalha Pedro Ernesto, a mais importante comenda do Município, oferecida pela Câmara dos Vereadores. A doutora recebeu a medalha das mãos da vereadora Patrícia Amorim. Pelo segundo ano consecutivo, recebeu o prêmio Personalidades Cidadania, da Folha Dirigida.

2010 – Foi homenageada pela Rede Record com o prêmio Atitude Carioca.

Dra. Rosa conta a sua trajetória

“Muito forte e de uma maneira muito clara aparece a Meta da minha vida.

Ingressar na Faculdade de Medicina – Ser Médica. Queria cuidar do Ser Humano.

Todos os Momentos de Virada. Todas as Tomadas de Atitude. Brotaram na minha infância com o olhar para meu objetivo – Ser Médica, para cuidar do Ser Humano.

Tudo começa na minha lembrança, pela entrada no Colégio Interno.

Aos 7 anos, lá fomos eu e meu irmão, dois anos mais velho que eu, para aquela nova moradia. A última coisa que vimos foi a pontinha da saia da minha mãe. Ela não olhou para trás. Seguramente estava chorando. Lá fiquei onze anos sem retornar a minha casa.

Após, não sei quanto tempo do sofrimento pelo sentimento de abandono, tive que encontrar o meu lugar naquela nova família.

Muito cedo assumi as rédeas da minha vida. Havia perdido as minhas referências. Tornei-me uma criança forte. O meu futuro a mim pertencia.

Muito cedo também brotou em mim a vontade de ser médica. Aos 18 anos saio daquele mundo e entro em outro, que para mim já não existia. Minha casa. Minha família.

Mais uma vez perdia minhas referências. Tudo novo. História muito longa cheia de turbulências.

Muito trabalho. Sem apoio financeiro e muito medo.

Com muito estudo e determinação, em um momento em que tudo parecia conspirar contra tudo que tinha sonhado, ingresso na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, iniciando o caminho para minha Meta – o de Ser Médica.

Muito estudo. Muito trabalho. Muita dificuldade financeira, para em 1969 me graduar em Medicina.

Durante a minha formação, tive muitos modelos que guiaram a minha trajetória médica.

Como estudante, fui estagiária na Santa Casa da Misericórdia. Acadêmica bolsista do Hospital Estadual Miguel Couto e estagiária no Hospital da Lagoa.

Já como médica cardiologista e concursada, ingresso no serviço público, Hospital Miguel Couto e Hospital da Lagoa.

Foi em um dos plantões no Hospital da Lagoa que se deu uma das mais importantes Tomadas de Atitude da minha vida, mas antes vou retornar a minha base.

No colégio interno tínhamos tarefas, e cabia à você a maneira de executá-las.

Por exemplo, na semana em que eu era a responsável pela cozinha na hora do jantar, não fazia o meu prato sem antes ter a certeza que os outros 99 estavam servidas e não comia a minha fatia de doce, sem ter a certeza que não faltaria para ninguém, às vezes só comia uma beiradinha. Nem sempre era o que acontecia nas outras semanas.

Não conseguia fazer nada mal feito. Sempre pensando nos outros. Assim era como agia em qualquer tarefa que me era atribuída. A responsabilidade se tornou uma das minhas características. Não precisava ser chefiada. Não conseguia fazer nada mal feito.

Sempre achava que estava fazendo a Diferença.

Voltando a Tomada de Atitude.

Estava de plantão quando a equipe foi chamada para atender uma criança em estado muito grave. Parada cardíaca irreversível. Sabíamos que o problema era o coração.

Mas o porquê da perda, não se tinha a menor idéia. Foi aí que me dei conta que havia uma lacuna no conhecimento das doenças do coração da criança.

Como e para onde ir para estudar o coração da criança? Tinha que sair do Brasil. E o dinheiro? Como abandonar o emprego que me daria a segurança no futuro, como todos apregoavam? É loucura! Loucura era fingir que estava cuidando do Ser Humano.

Apesar de todas estas interrogações, e sem o conhecimento adequado da língua inglesa, consigo uma bolsa de estudos do Consulado Britânico e lá vou eu como Fellow para o National Heart Hospital – Londres, para me graduar em Cardiologia Pediátrica. Confesso que não foi fácil. Lá também muitas Tomadas de Atitude, após o que passei ser tratada com muito respeito e carinho. Passei a trabalhar com toda a estrutura.

Muitos modelos. Muito estudo. Um descortinar sem fim para o mundo e para a medicina.

Estes sonhos também foram sonhados no Internato.

Ainda lá, mas uma Tomada de Atitude. Precisava me aprofundar ainda mais no conhecimento da cardiologia pediátrica, com foco na especialidade de hemodinâmica.

Lá fui eu aceita para o Texa`s Children`s Hospital – Houston – Texas. Sempre com muito pouco recurso financeiro, mas maravilhada com o aprendizado que parecia não ter fim. Tinha apenas que ser Responsável e Fazer a Diferença. A estrutura estava me esperando.

Não esquecer que havia perdido o emprego da minha vida no Brasil.

Retorno já iniciando a minha própria família. . Novo concurso e lá estava eu de volta ao Hospital da Lagoa, mais segura e com muitos Sonhos.

Dou início a minha prática médica privada com consultório na Clinica São Vicente onde também exercia a consultoria em cardiologia pediátrica. Porém, considerando que para exercer bem a cardiologia pediátrica, uma estrutura hospitalar faz a diferença.

Tudo parecia caminhar perfeitamente, até que; Sinto muito você tem que sair. Motivo? Até hoje não fui informada. Um retrocesso. Como trabalhava no Hospital da Lagoa onde organizei todo o departamento de cardiologia pediátrica; com ambulatório, internação, hemodinâmica e cirurgia cardíaca era lá que realizava os procedimentos invasivos. Sentia falta da estrutura que deixei para trás.

Em 1989, me aposento do Serviço Público Hospitalar. Saio do Hospital da Lagoa. Fico sem base hospitalar. Outra Tomada de Atitude. Preciso estudar. Preciso me requalificar. Já era referência na especialidade. Mais uma vez largo tudo, aí a minha clinica particular, e lá vou eu para o Children ´s Hospital Medical Center – Boston.

Fácil partir? Confesso que não. E o retorno? Os pacientes retornariam ao meu consultório? Lá ficamos 6 meses, eu e minha família. Muito estudo. Muitos modelos.

Estava me requalificando no mais importante centro de cardiologia pediátrica do mundo. Tendo acesso aos mais recentes avanços na especialidade. Muita tecnologia. Muita estrutura .

Retorno, volto a minha clinica. Voltam os pacientes.

1990 – Implanto a Unidade Pediátrica do Hospital Pro Cardíaco. Muito trabalho, mas compensado pelo avanço que representaria para cuidar ainda melhor da criança com problema no coração.

Minha clinica pediátrica passa a ser acoplada ao Hospital Pro Cardíaco. Formamos uma equipe voltada para cuidar da criança com o coração doente. Todos os procedimentos realizados com tecnologia de ponta e profissionalismo.

Tudo no caminho da minha Meta – Cuidar do Ser Humano.

1996 – Uma tomada de decisão que coroava todo o início de minha vida cheia de acidentes de percurso.

Encaixei nesta estrutura o Pequeno Carente com o Coração Doente.

Criei o Pro Criança Cardíaca e institucionalizei o atendimento que prestava na minha clinica a criança carente com o coração doente. Fiz uma parceria com o Hospital Pro Cardíaco para os procedimentos invasivos.

Não podia ignorar o choro de desespero de mães com sua criança doente que chegavam a minha clínica, sem conseguir internação nos hospitais da Rede Pública.

Quantas crianças haviam desaparecido na fila de espera para a cirurgia cardíaca.

Saí em busca dos amigos e empresários para apoio financeiro para cobrir os custos hospitalares. A demanda crescia assustadoramente. Na minha clinica não havia espaço suficiente para o atendimento.

Em 2001 inauguramos a sede própria aumentando o número de atendimentos. Tudo parecia perfeito.

2006 – Mais uma vez; Sinto muito, mas tratar de criança dá prejuízo, vocês precisam sair. Vamos desativar o Departamento Pediátrico do Hospital Pró Cardíaco.

Dezesseis anos de trabalho de uma equipe voltada para cuidar com profissionalismo, respeito e muito carinho da criança com coração doente.

Milhares de cirurgias, mas não deu lucro. Momento indescritível. Para onde iríamos? Todos se perguntavam. Parecia o fundo do poço.

E o sonho de cuidar das crianças, todas juntinhas? E os Valores? E a Meta? Lá vou eu, sem outra opção, em direção a construção do hospital próprio – o Hospital Pro Criança com inauguração prevista para o término de 2011.

Esta sendo construído em frente ao Hospital Pro Cardíaco e com os fundos para minha clinica, onde tudo começou.

Vamos todos juntos de mãos dadas atravessar a rua e entrar na Porta da Esperança, o Hospital Pro Criança.

Que Deus cuide de todos que tornaram possível a realização deste sonho.”

Dra. Rosa Celia
 COMO AJUDAR



Nem todos têm um bom coração. E você?

É grande o número de crianças que aguardam pela cirurgia cardíaca. Precisamos de muito apoio para poder atender ao número crescente de pacientes que nos procuram devido a escassez de recursos na Rede Pública de Saúde. Principalmente as cirurgias cardíacas complexas em crianças de baixo peso.

Junte-se a nós e faça a sua doação!

Com este gesto simples você ajuda o Pro Criança a cuidar de quem dói o coração. LINK

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