30 dias


Odilon Rios                                           José Alexystaine
05h00, 22 de dezembro de 2010

Exatos 30 dias.

O assassino está solto.

Sobre a tortura, as entidades, em silêncio.

O crime choca, a ausência é essa mesma.

“Deus quis assim”. É o que dizem.

A injustiça e a omissão não são obra de Deus. É invenção nossa.

Dizem: “O senhor é meu pastor. Nada faltará”. E falta.

Deus não patrocina a mão do assassino.

Ela é obra da estrutura das injustiças, que massacram os alagoanos.

Da cegueira dos que se fingem, das instituições que se fingem.

Fingem-se imunes. E fazem-se impunes.

Eles seguram a espada de São Jorge.

São os justiceiros de uma Justiça morta.

Mas, quem reclama não deve reclamar.

O quê acontece no subterrâneo da nossa sociedade?

Em três dias, celebra-se "Jesus". Mas, qual "Jesus"?

O das velas? Dos altares?

Dos acovardados?

É o "Jesus" dos alagoanos.

Ele não é gente. Ele não fala a verdade.

Ele lava as mãos.

A missa de 30º dia do assassinato de José Alexystaine Laurindo será hoje, às 17 horas, na igreja do Rosário (rua do Sol, ao lado do Colégio Monsenhor Luis Barbosa, centro de Maceió)

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