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Maceió AL - -

PSF DE ALAGOAS TEM OS PIORES SALÁRIOS DO PAÍS


Quando o Ministério da Saúde criou o Programa Saúde da Família – hoje, Estratégia Saúde da Família - a proposta era de colocar médicos trabalhando com as comunidades diariamente, conhecendo e acompanhando a saúde de cada família, do bebê ao idoso, encaminhando quando necessário para programas específicos – como controle de diabetes, hipertensão, entre outros. Os médicos teriam uma carga horária de 40 horas semanais, remuneração equivalente a 30 salários mínimos,  visitariam as famílias em suas casas com o apoio de agentes de saúde, e atenderiam também em postos de saúde bem estruturados. Preferencialmente, residiriam nas cidades onde trabalhassem.

      Caberia ao MS repassar uma verba mensal por cada equipe implantada pelos municípios, para ajudar a manter o programa em funcionamento. Essa verba está congelada há 16 anos – ou seja, desde que o PSF foi criado. Em Alagoas, a remuneração dos médicos na maioria dos municípios não chega a dez salários mínimos, ficando em torno de R$ 4.500,00. Alegando falta de recursos para aumentar os salários, os gestores propõem redução da carga horária para conseguir contratar médicos. Isso faz com que na maioria das equipes os médicos trabalhem apenas três ou quatro dias na semana, geralmente pela manhã.

      As condições de trabalho na maioria dos postos de saúde deixam muito a desejar. Também há dificuldade de acesso para os profissionais que trabalham em comunidades isoladas. Os municípios fazem o que podem para tentar segurar os médicos, o que está cada vez mais difícil devido aos melhores salários que municípios de estados vizinhos, como Pernambuco e Sergipe, estão pagando. Chega a ser o dobro do oferecido em Alagoas.

      Programa ou Estratégia, o Saúde da Família está completamente desvirtuado em Alagoas e já deixou de interessar a muitas prefeituras e aos profissionais. Os médicos que desistem, dispensam não somente os baixos salários como também os prejuízos de se trabalhar na informalidade (sem concurso público, à margem dos direitos trabalhistas). Tem município alagoano que chegou a ter 15 equipes trabalhando e hoje sofre para manter três ou quatro.              

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