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CAOS NA EMERGÊNCIA: ATÉ QUANDO?


No início deste ano, o Sinmed fez visitas, conversou com médicos, reuniu depoimentos e fotografias, elaborou um detalhado relatório, convocou a imprensa e, em entrevista coletiva, voltou a denunciar o caos nos serviços de urgência e emergência da rede estadual, dando ênfase ao Hospital Geral, onde a situação sempre foi mais crítica. Cópias do documento foram entregues aos jornalistas e encaminhadas a órgãos públicos estaduais e instituições como Ministério Público, Defensoria Pública, Procuradoria do Trabalho, entre outros. O objetivo era pressionar o governo para, pelo menos, minimizar problemas graves, como falta de médicos, leitos, medicamentos, equipamentos, material de uso. A divulgação do relatório aconteceu em março. Desde então, por mais inacreditável que pareça, nada foi feito e a situação na maior emergência pública de Alagoas só tem piorado.

Em março, 30 pacientes gravíssimos “internados” na área vermelha – destinada ao atendimento de pacientes com risco de morte – representavam o máximo de descaso e de desrespeito com a vida humana. A área vermelha foi transformada em uma UTI informal, sem equipamentos e sem intensivistas. Quem trabalha no hospital não conseguia nem pensar na hipótese de ver mais pacientes internados ali. Mas na semana passada foram contados 42 doentes graves, com risco de morte, deixados na área vermelha. Uns estavam em camas, outros em macas, outros em colchões ou lençóis forrados no chão, cadeiras de plástico ou cadeiras de rodas. No espaço que sobrava, médicos e auxiliares corriam e se espremiam para atender os pacientes que iam chegando.

Até quando essa situação vai persistir? Onde foram parar os relatórios que o Sinmed encaminhou em março com o pedido de socorro dos médicos? Eles foram lidos? Alguma das autoridades chegou a tomar conhecimento do conteúdo? Os relatos feitos ali não sensibilizaram ninguém? Não existe uma autoridade em Alagoas com competência para enquadrar e exigir dos gestores condições minimamente dignas de assistência à saúde da população? Ao que parece, a resposta para a maioria dessas perguntas é “NÃO!”. E, tentando responder à segunda pergunta no início deste parágrafo, pode-se dizer que o destino provável das cópias do relatório é o fundo de algumas gavetas, que nunca são abertas, onde podem ficar convenientemente esquecidos.

A iniciativa de elaborar e divulgar um relatório, além de enviar cópias para autoridades de diversos setores, não foi original. O Sinmed tem feito isso há vários anos, infelizmente, sem resultados. O governo e a Secretaria de Saúde promovem esse caos; não adianta recorrer a eles. Então, denunciar pode até parecer teimosia, mas é mesmo falta de alternativa. Afinal, o que resta fazer, além de denunciar e de implorar pela ação do MP, da DP, da Justiça e de outras instituições com poder de obrigar os gestores a cumprir seu papel? Rezar? É. Pode ser que esteja faltando oração.

Fonte:SINMED

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