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Uma revisão abrangente sobre a realidade virtual (RV), publicada na revista Nature Human Behavior, analisou evidências científicas acumuladas e destacou tanto os benefícios quanto as limitações dessa tecnologia. O trabalho reuniu contribuições de especialistas da área e apresentou recomendações sobre o uso adequado da RV em diferentes contextos, com base em dados empíricos e estudos de caso.
A seguir, estão os principais pontos discutidos na revisão:
A realidade virtual mostra-se particularmente útil em situações em que experiências no mundo físico seriam perigosas, impossíveis ou extremamente dispendiosas. Isso inclui, por exemplo, treinamentos em cirurgia, onde o ambiente virtual permite a prática de procedimentos complexos sem riscos ao paciente, e terapias de exposição voltadas ao tratamento de fobias e transtornos de ansiedade, em que cenários desafiadores são simulados de forma controlada e segura.
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Por outro lado, os especialistas alertam que o uso da RV deve ser moderado. Sessões longas podem ser excessivamente intensas, levando ao chamado cybersickness (enjoo de realidade virtual), fadiga ocular e outros tipos de desconforto. Recomenda-se, portanto, a realização de sessões mais curtas e o monitoramento atento das respostas dos usuários.
No campo da educação e do treinamento, a RV se destaca na transmissão de habilidades procedimentais e motoras, como as envolvidas em cirurgias, oratória e simulações de emergência. Nesses casos, a imersão no ambiente virtual contribui para a consolidação do aprendizado. Em contraste, o uso da RV para o ensino de conteúdos abstratos ou conceituais não apresentou ganhos significativos em relação aos métodos tradicionais.
Outro aspecto relevante abordado na revisão refere-se ao impacto dos avatares sobre o comportamento dos usuários. A escolha de avatares com determinadas características, como aparência mais atlética, pode induzir maior movimentação e engajamento físico. Esse fenômeno destaca a influência da autoimagem no ambiente virtual e aponta para a necessidade de atenção no design dos avatares, conforme os objetivos da experiência.
A prática de atividades físicas em RV mostrou-se eficaz em promover engajamento e gasto energético, mas limitações tecnológicas ainda dificultam o uso da RV em situações que exigem precisão, como em esportes que envolvem arremessos ou cálculos refinados de distância.
Por fim, a revisão chamou a atenção para aspectos éticos e de privacidade. Embora a RV possa oferecer uma sensação de anonimato por meio dos avatares, os dados captados sobre os movimentos corporais e padrões de interação podem permitir a identificação do usuário. Isso reforça a necessidade de regulamentação e de políticas claras sobre coleta e uso de dados em ambientes virtuais.
Principais conclusões
A realidade virtual é uma ferramenta poderosa quando utilizada em situações específicas e com objetivos claros. Ela se mostra mais eficaz para experiências que exigem ação, imersão e prática de habilidades motoras, enquanto apresenta benefícios limitados para tarefas estáticas ou de aprendizado conceitual. Além disso, seu uso deve ser realizado com cautela, respeitando os limites individuais dos usuários e assegurando o respeito à privacidade e aos dados pessoais.
PALAVRAS-CHAVE:
realidade virtual, RV, treinamento com RV, aprendizado imersivo, tecnologia educacional, avatares, privacidade na realidade virtual, terapias com RV, treinamento cirúrgico, cybersickness, uso ético da tecnologia, Nature Human Behavior
📙 GLOSSÁRIO:
🖥️ FONTES :
Universidade de Stanford
NOTA:
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