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| Gato |
O Brasil está atualmente enfrentando uma situação alarmante com o surto de esporotricose, uma micose causada pelo fungo Sporothrix schenckii ( possivelmente Sporothrix brasiliensis). Esta doença, transmitida por gatos, mas também afetando cachorros e humanos, está fora de controle, e a situação é tão grave que casos têm sido confirmados em países vizinhos, como Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. O coordenador do Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Flávio Telles, alertou para a gravidade do problema, sendo também reconhecido como uma questão séria de saúde pública pelo Ministério da Saúde.
A situação é ainda mais preocupante devido à falta de uniformidade no acompanhamento da doença. O Ministério da Saúde não monitora consistentemente a origem dos casos, e não existe um padrão para que os estados organizem seus dados. Isso resulta em uma disparidade de registros entre diferentes estados. Por exemplo, o Rio de Janeiro e Minas Gerais apenas registram casos de esporotricose humana, enquanto a Bahia faz uma distinção entre casos em humanos e animais.
A falta de um sistema de vigilância estruturado e a falta de sensibilização dos profissionais de saúde, tanto para esporotricose humana quanto felina, contribuem para subdiagnóstico e subnotificação. É fundamental que haja uma maior conscientização entre os profissionais de saúde humana e animal para identificar suspeitas de esporotricose, que podem ser confundidas com outras causas de lesões cutâneas. Além disso, é essencial estabelecer um sistema de vigilância integrado para esporotricose humana e felina, dentro da perspectiva de Saúde Única. Este sistema deve incluir uma rede de laboratórios de referência qualificados e acessíveis para possibilitar o diagnóstico laboratorial preciso de esporotricose, especialmente considerando a natureza endêmica das micoses nesta região. A falta de um sistema eficaz pode resultar em uma compreensão inadequada da verdadeira extensão do surto, prejudicando assim os esforços para controlar e prevenir a propagação dessa doença séria.
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