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A desinformação é problemática porque leva a crenças imprecisas e pode exacerbar o desacordo partidário até mesmo sobre fatos básicos.
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| Fake News |
A mera leitura de postagens de notícias falsas – incluindo postagens políticas que são extremamente implausíveis e inconsistentes com a ideologia política de alguém – faz com que pareçam mais verdadeiras .Além de preocupante, o compartilhamento generalizado de desinformação nas redes sociais também é surpreendente, dada a estranheza de grande parte desse conteúdo.
A desinformação se espalha como um incêndio devastador
No início deste ano, um grupo de pesquisadores do MIT e da Universidade de Regina publicou um artigo comparando 3 hipóteses . Cada hipótese fez uma previsão sobre por que as pessoas podem compartilhar notícias falsas:
- Porque as pessoas estão confusas sobre o que é notícia precisa ou imprecisa.
- Porque as pessoas se preocupam mais com partidarismo do que com precisão.
- Porque as pessoas não estão prestando atenção à precisão quando compartilham notícias.
Os pesquisadores realizaram experimentos para ver qual hipótese sairia por cima. Em seu primeiro experimento, eles recrutaram mais de 1.000 participantes on-line e mostraram 36 manchetes de notícias compartilhadas nas mídias sociais. Metade dessas manchetes eram notícias reais, enquanto a outra metade eram notícias falsas, e algumas de cada grupo eram amigáveis com os republicanos, enquanto as outras eram amigáveis com os democratas.
Os participantes tinham que responder a uma de duas perguntas para cada título:
1) Você acha que o título é preciso?2) Você consideraria compartilhar o título nas mídias sociais?
Os dados mostraram que as pessoas podiam dizer a diferença entre manchetes precisas e imprecisas.
No geral, eles eram 56 pontos percentuais mais propensos a classificar notícias reais como precisas do que notícias falsas como precisas. As pessoas também eram mais propensas a acreditar em manchetes consistentes com seu próprio viés político, mas esse foi um efeito menor, com apenas 10 pontos percentuais de vantagem sobre manchetes politicamente inconvenientes.
As crenças políticas tiveram um efeito mais dramático quando se tratava da questão do compartilhamento. A inclinação política de uma manchete importava mais do que a precisão de uma manchete quando as pessoas decidiam se queriam compartilhá-la. Aqui está um exemplo de uma manchete de notícia falsa citada no trabalho de pesquisa: “Mais de 500 'Migrant Caravaners' presos com coletes suicidas”. Embora apenas 16% dos republicanos tenham avaliado essa manchete como correta, 51% consideraram compartilhá-la.
Assim, a disseminação de notícias falsas não parece ser apenas um problema de confusão. Mesmo quando as pessoas sabem que um título é falso, elas ainda consideram compartilhar o título. E como a maioria dos participantes do estudo relatou que era “extremamente importante” compartilhar apenas notícias precisas, também não havia preferência clara pelo partidarismo sobre a veracidade. Portanto, a terceira hipótese dos pesquisadores – não prestar atenção à precisão ao compartilhar conteúdo – pode ser a pioneira.
Para testar essa terceira hipótese diretamente, os pesquisadores montaram outro experimento.
Desta vez, eles mostraram às pessoas 24 títulos e perguntaram qual seria a probabilidade de compartilhar cada título nas mídias sociais. Mas logo antes dessa tarefa começar, eles prepararam alguns participantes para focar sua atenção na veracidade, pedindo-lhes para avaliar a precisão de uma manchete politicamente neutra. Todos os outros — ou seja, os grupos de controle — foram direto para a tarefa principal ou responderam primeiro uma pergunta irrelevante sobre distração.
Todos tinham a mesma probabilidade de compartilhar manchetes de notícias verdadeiras, mas as pessoas que estavam preparadas para se concentrar na precisão eram menos propensas a compartilhar notícias falsas. Em comparação com as pessoas nos grupos de controle, as pessoas preparadas mostraram uma preferência 2 a 3 vezes mais forte para compartilhar notícias verdadeiras sobre notícias falsas. E eles eram especialmente imunes a compartilhar os exemplos mais flagrantes de desinformação.
Portanto, o problema parece ser bem simples: as pessoas compartilham notícias falsas porque não estão prestando atenção à precisão do conteúdo quando pressionam o botão de compartilhamento. Mas os pesquisadores deram um passo adiante, testando se sua intervenção de atenção primária reduziria a disseminação de notícias falsas no cenário do mundo real do Twitterverse.
Para iniciar seu experimento final, os pesquisadores enviaram uma mensagem privada para mais de 5.000 usuários do Twitter que já haviam compartilhado notícias de fontes não confiáveis. A mensagem continha uma pergunta simples:
“Qual é a precisão deste título?”. A manchete se referia a uma notícia politicamente neutra sobre uma mulher dando à luz depois de ter seu ovário congelado na infância, mas a história em si era irrelevante.
O objetivo da mensagem era simplesmente estimular os destinatários a focar sua atenção na precisão das notícias, para que os pesquisadores pudessem analisar seu efeito no comportamento de tuitar nas próximas 24 horas.
A mensagem funcionou. No geral, nas 24 horas seguintes à mensagem, as pessoas compartilharam notícias mais confiáveis do que antes. Mais especificamente, foi a atividade passiva de retuítes (ou seja, compartilhar as postagens de outras pessoas sem comentários) que realmente fez a diferença. Eles se tornaram mais propensos a retweetar informações de fontes de notícias com padrões editoriais mais fortes.
O fato de o retuíte sem comentários ter sido o mais afetado é interessante porque se encaixa bem na hipótese de atenção com a qual os pesquisadores começaram. Criar sua própria mensagem original requer muita atenção à precisão, então você esperaria que uma intervenção de aumento de atenção fosse desperdiçada lá. Mas com o retuíte, que pode ser feito com um toque rápido, uma momentânea falta de atenção pode facilmente fazer com que as pessoas compartilhem notícias falsas. Portanto, ampliar a atenção das pessoas para a precisão de seu feed de notícias antecipadamente pode fazer toda a diferença.
Fonte nature
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