Doenças Virais transmitidas pelos macacos : Compreendendo os Desafios da Saúde Pública
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| Principais Doenças de Primatas Não-Humanos |
INTRODUÇÃO
Em virtude da proximidade evolutiva e das características filogenéticas semelhantes ao homem, os primatas não-humanos constituem valiosos ‘reagentes biológicos’ nas pesquisas e a sua utilização ocorre desde 1884, com os estudos de Pasteur. São considerados animais nobres (não-convencionais) em pesquisas, sendo o seu uso restrito e, portanto, utilizados apenas quando não há possibilidades de se obter resultados satisfatórios a partir de animais de laboratório criados para essa finalidade, tais como os roedores e os lagomorfos.
Os primatas não-humanos são transmissores em potencial de diversas doenças e o seu convívio com o ser humano é extremamente arriscado, visto que albergam uma grande gama de vírus e bactérias e são altamente susceptíveis a infecções comuns ao homem. Por esse motivo, os símios representam modelos adequados para experimentações científicas, simulando de forma satisfatória o curso patogênico de diversas doenças que afetam o homem.
Dessa forma, por serem animais considerados de alto risco biológico, o controle ambiental do local onde se encontram os animais é de grande importância, devendo ser adequado a cada espécie de primata. Temperatura, umidade e iluminação são fatores que devem ser cuidadosamente observados. Além disso, as medidas de biossegurança devem ser altamente rigorosas, já que o estresse do animal pode facilitar o surgimento de diversas doenças, comprometendo toda a colônia, assim como a saúde dos seres humanos. A seguir, são apresentadas algumas doenças que acometem primatas não-humanos e descritas aquelas de maior relevância, pelo fato de aparecerem com maior freqüência em um Centro de Criação e Produção.
DOENÇAS DE MAIOR RELEVÂNCIA PARA OS PRIMATAS NÃO-HUMANOS DOENÇAS VIRAIS
As doenças virais que afetam primatas não-humanos são de grande importância, tanto para a saúde dos próprios animais quanto para a saúde pública, devido à possibilidade de transmissão zoonótica.
Abaixo estão algumas das principais doenças virais que afetam esses primatas:
1. Vírus da Herpes B (Simian B Virus)
O vírus da herpes B é encontrado em até 90% dos macacos da espécie Macaca. Embora a maioria dos macacos infectados não apresente sintomas, a infecção em humanos pode ser grave, levando a encefalite, com uma taxa de mortalidade de até 70% em casos não tratados. A transmissão ocorre principalmente através de mordidas ou arranhões.
2. Vírus da Hepatite
Primatas não-humanos, especialmente chimpanzés, podem ser infectados pelos vírus da hepatite A e B. A infecção ocorre através do contato próximo com os primatas ou seu ambiente. A hepatite A é geralmente menos grave, mas a hepatite B pode ter consequências severas.
3. Vírus da Febre Amarela
A febre amarela é uma doença viral transmitida por mosquitos, que pode afetar primatas não-humanos e humanos. Primatas, como macacos e símios, podem atuar como reservatórios do vírus, contribuindo para a manutenção do ciclo de transmissão na natureza.
4. Vírus do Ebola e Marburg
Esses vírus, que causam febres hemorrágicas, têm primatas não-humanos como hospedeiros naturais. A infecção pode ocorrer através do contato direto com fluidos corporais de animais infectados ou através do consumo de carne de primatas contaminados. Os sintomas variam de febre leve a doenças hemorrágicas severas, podendo levar à morte.
5. Mpox (Monkeypox)
O mpox, anteriormente conhecido como "monkeypox", é uma infecção viral que pode ser transmitida de primatas para humanos. Os primatas podem ser infectados e, em seguida, transmitir o vírus através de contato direto ou por meio de fluidos corporais.
6. Vírus da Imunodeficiência Simiana (SIV)
O SIV é um retrovírus que afeta primatas não-humanos e é considerado um precursor do HIV em humanos. A infecção por SIV pode ser assintomática em primatas, mas representa um risco significativo para a saúde pública devido à sua relação com o HIV.
Essas doenças não apenas afetam a saúde dos primatas, mas também têm implicações significativas para a saúde humana, especialmente em contextos onde há interação entre humanos e primatas. A vigilância e o controle de doenças em populações de primatas não-humanos são, portanto, essenciais para prevenir surtos e proteger tanto os animais quanto os humanos.
Editado pelo Blog Alagoas real
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Do original e o blog ALAGOAS REAL
Texto de Márcia Cristina Ribeiro Andradehttp://books.scielo.org/id/sfwtj/pdf/andrade-9788575413869-22.pdf
