Paulo Serra
Universidade da Beira Interior
Índice
Introdução 2
1 O ELM e as suas teses fundamentais 2
2 A persuasão como mudança de atitude 6
3 A “via periférica” – da persuasão à
manipulação 8
4 A relação entre credibilidade e argumentos 10
5 Referências 13
Resumo
Nos últimos anos, o ELM (Elaboration Likelihood Model), de Petty e Cacioppo, tem vindo a procurar afirmar-se como uma teoria integradora das múltiplas teorias do processo de persuasão – ao colocar, como tese essencial, a de que tal processo podeseguir uma via central ou uma via periférica.
Vistas em termos da retórica clássica, a via central corresponderá ao processo de persuasão assente na predominância do logos, dos argumentos e da sua ponderação racional, enquanto que a via periférica corresponderá ao processo de persuasão assente em elementos mais ou menos circunstanciais e a-racionais, que podem ser sub sumidos no ethos e no pathos. No entanto, e apesar das múltiplas afirmações dos autores em contrário, a teoria privilegia, claramente, a via central sobre a via periférica – seja em termos da qualidade intrínseca atribuída ao processo de persuasão, seja em termos dos efeitos (pretensamente) obtidos pelo mesmo.
De facto, e parece-nos não forçar aqui a interpretação, a via periférica é uma via de que o logos se encontra praticamente ausente, e que parece corresponder menos à persuasão retórica do que àquilo a que poderíamos chamar a propaganda ou mesmo a fascinação pura e simples – o que acaba por conduzir o ELM, neste aspecto, a concepções que muito se aproximam de teorias como as da “agulha hipodérmica”. Pretendemos, no texto que se segue, discutir esta perspectiva
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