Boca da Mata e Barra de Santo Antônio se recusaram a negociar o reajuste salarial dos médicos do PSF e ficaram sem profissionais nas suas equipes do programa. O Sinmed apoia a decisão dos médicos que exigem salários compatíveis com a profissão e defende que eles procurem trabalho onde o salário e as condições para o exercício da medicina são melhores.
Médicos que deixaram municípios por causa dos baixos salários já estão trabalhando em outras localidades, onde o médico é mais valorizado. O Sinmed também tem recebido pedidos de gestores para divugação de vagas em equipes do PSF, com ofertas de salários mais compatíveis com as reivindicações da categoria e que oferecem até algumas vantagens adicionais.
O problema é que está faltando médico em Alagoas. Os baixos salários pagos no estado e boas ofertas salariais e de condições de trabalho em estados vizinhos acabaram por atrair muitos profissionais que poderiam estar trabalhando em Alagoas, mas que não têm interesse em voltar.
Em municípios do interior dos vizinhos estados de Pernambuco, Sergipe e Bahia é oferecida remuneração equivalente a 30 salários mínimos (R$ 18.660,00) – a mesma base proposta pelo Ministério da Saúde quando lançou o PSF em 1994. Naquela época, o Ministério defendeu os 30 salários mínimos como um valor justo para a carga horária de 40 horas semanais, afirmando que uma remuneração digna ajudaria a fixar os médicos nas equipes determinando assim o sucesso do programa.
Infelizmente, na maioria dos municípios alagoanos o tratamento dado aos médicos do PSF sempre foi o pior possível: baixa de remuneração, contratos de trabalho informais que sempre inviabilizaram a permanência dos profissionais nas equipes por muito tempo e trabalho em postos de atendimento precários e desaparelhados. Apesar da luta da categoria, essa realidade ainda persiste.
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