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Comoção no Egito devido à morte do Papa



Copta Shenouda III 




Cairo, 18 mar (Prensa Latina) Centenas de cristãos coptas egípcios concentraram-se hoje na catedral de São Marcos, na capital do país, para expressar seu pesar pela morte de seu máximo guia espiritual, o venerado e controverso Papa Shenouda III. O Papa de Alexandria e Patriarca da Igreja Copta Ortodoxa de São Marcos, título que ostentou desde 1971, faleceu no sábado, aos 88 anos, em sua residência do Cairo, na catedral do bairro Abbasiyah, após lutar durante anos contra problemas hepáticos e pulmonares.

"Amamos-te, Pai" e "Deus te guarde", foram algumas das frases gritadas, entre soluços, pelos coptas, que desde ontem à noite se congregaram nessa zona com fotos de Shenouda II e imagens cristãs para realizar uma vigília em sua homenagem.

O líder da maior minoria cristã do Oriente Médio, baseada no Egito, cancelou na quarta-feira passada seu habitual sermão semanal por seu delicado estado. Complicações de saúde e a avançada idade levaram ao falecimento, segundo explicou seu assessor político Hany Aziz.

De fato, sua última aparição pública foi nesse mesmo dia, em um encontro ao qual assistiu em cadeira de rodas, e do qual retirou-se pouco depois devido à fadiga, a mesma que lhe impediu de oficiar o sermão no templo em Abbasiya, como costumava fazer.

Ao redor desse recinto religioso prevalece hoje um verdadeiro caos no trânsito, que começou a se agravar apenas uma hora após a agência oficial de notícias, MENA, e a televisão estatal informarem sobre o desenlace fatal do pontífice, atribuído a um ataque cardíaco irreversível.

Nazir Gayed, verdadeiro nome do religioso nascido em 1923 na província de Assiut, no sul do país, destacou-se por sua defesa de uma comunidade cristã que constitui pouco mais de 10% dos mais de 80 milhões de egípcios, em sua maioria muçulmanos.

No entanto, sua figura foi reverenciada e criticada nos últimos anos, sobretudo em consequência das revoltas populares que levaram em fevereiro de 2011 à derrocada do presidente Hosni Mubarak, que Shenouda III apoiou, como sempre fizera.

Depois da queda de Mubarak, Shenouda III elogiou o Conselho Supremo das Forças Armadas por ajudar a reconstruir igrejas queimadas como parte da violência sectária, mas desincentivou a participação de cristãos nas demonstrações revolucionárias.

Sua crítica mais forte contra a Junta Militar deveu-se à morte de 27 cristãos coptas devido ao ataque por soldados e muçulmanos, em outubro, no distrito de Maspero, afirmando que "esses mártires são nossos filhos queridos e seu sangue não caiu em vão".(PL)

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