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Morte de Jango : Governo apoia investigação

João Goulart(foto-Wikipedia)


A família de João Goulart tem todo o apoio do governo Dilma Rousseff na buscapelo esclarecimento das circunstâncias em que se deu a morte do ex-presidente.Jango morreu há 35 anos, em dezembro de 1976, no exílio, em Corrientes, naArgentina. Os familiares querem descobrir se João Goulart morreu ou não envenenado, alvo da Operação Condor, uma aliança das ditaduras dos países do Cone Sul para eliminar opositores dos militares nos anos 1970. O governo apoiaaté mesmo a exumação dos restos mortais do ex-presidente.

No ano passado, a Secretaria de Direitos Humanos aproximou-se da família de Jango. A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) sugeriu, então, a João Vicente Goulart, filho do ex-presidente, que oficializasse o pedido de ajuda e colaboração no Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e também na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos. As duas instâncias são vinculadas a seu ministério.

Segundo informações publicadas no site O Globo, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário afirmou que sua secretaria fez uma parceria com o Ministério Público Federal e apoia todas iniciativas dos procuradores que atuam na investigação da morte do ex-presidente. Para a ministra, o caso Jango deve ser um dos principais temas da Comissão da Verdade, que será instalada ainda este ano.

"O esclarecimento do que aconteceu com o presidente João Goulart será um dos desafios da Comissão da Verdade. O Brasil vive a busca de sua memória e de sua verdade. Estamos do lado da sua família e vamos nos empenhar para que tudo seja esclarecido", afirmou Rosário.

A possível exumação dos restos mortais de Jango, que está enterrado em São Borja (RS), terá o apoio de técnicos e peritos do governo, da Polícia Federal, que já trabalham em casos de identificação de ossadas de desaparecidos políticos. No caso do ex-presidente, o objetivo será identificar hoje possíveis substâncias químicas que possam ter causado a morte de Jango.

Investigações

Desde 2007, a família de Jango, por intermédio do Instituto Presidente João Goulart, recorre à Justiça para a apuração de sua morte. O Ministério Público Federal, depois do pedido de abertura de ação civil pública ter sido negado, determinou que procuradores gaúchos investigassem o caso.

É uma investigação extensa, que envolve pedido de oitivas de agentes, políticos e militares na Argentina, no Uruguai e até nos Estados Unidos. Além de solicitação de documentos e informações a autoridades civis e militares desses países, e até fitas com gravações de conversas e de telefonemas na fazenda do ex-presidente em Buenos Aires.

Jango morreu em 6 de dezembro de 1976, na estância de Las Mercedes, em Corrientes. Seu corpo foi colocado às pressas num caixão e não foi autopsiado. A versão oficial é a de que João Goulart morreu de causas naturais. A família desconfia. 

O filho do ex-presidente está esperançoso de que, com o apoio do governo Dilma, as investigações avancem e se chegue a um veredicto sobre como se deu a morte do pai. "Para nós da família, é uma dúvida constante, uma questão emocional. O que desejamos é terminar com isso. Tomara Deus que ele tenha morrido de morte natural", disse João Vicente.

O filho de Jango afirmou que não basta a ação judicial e que também é preciso vontade política do governo em esclarecer o que ocorreu ao ex-presidente. "São muitos depoimentos no exterior e busca de documentos, coisas que dependem também da troca de informações entre os governos". 

A morte de Jango também será investigada na Argentina. No final de 2011, exatamente no dia 6 de dezembro, aniversário de 35 anos do falecimento do ex-presidente, a Justiça daquele país, em Paso de Los Libres, cidade na província de Corrientes, e na fronteira com o Brasil, instaurou procedimento para investigar o caso. O pedido foi feito pelo procurador brasileiro Ivan Cláudio Marx, de Uruguaiana (RS), que atua na área de direitos humanos. Ivan integra o grupo do governo como representante do Ministério Público, que busca ossadas de desaparecidos da Guerrilha do Araguaia.

"É um fato obviamente difícil de comprovar. Mas a Argentina tem um know-how muito grande nesse tipo de crime. O país está punindo seus responsáveis por essas violações. Já tem toda uma estrutura judicial e de investigação nessa área. Difícil, mas não é um absurdo provar o que de fato aconteceu com João Goulart" disse Ivan Marx.

Da redação com O Globo

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