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Lendo para Taine

06/01/2012 

Lendo para Taine


Onde estará o verdadeiro poder? Na temporalidade corrompida pelas ilusões da força

bruta ou no sentimento que não se toca e não se vê, mas é capaz de mover o mundo 

em fiel atitude de entrega?

Enquanto respirar estarei escrevendo para você.

Todas as histórias de luta e esperança, são suas, porque é para acalmar os teus olhos que as estou contando.

Para que saibas o quanto amo poder ser aquela que continua te gerando, apesar das individualidades que nos distinguem como seres completos em nossas intangíveis complexidades.

Os assassinos não sabem ler poesia.

Não importa se eles são formados doutores ou juízes, se são agregados ao mando ou à subserviência...quem violenta a vida não leu jamais uma poesia, ainda que as declame por empréstimo, jamais entendeu o que é amar.

Para nós a realidade alcança a possibilidade ímpar da sublimação.

Os que destroem não podem entender essas coisas puras.

Adormece meu anjo, não te inquietes com os destinos da lama. A ti cabe a tranquilidade de quem não precisa voltar pelos mesmos caminhos pedregosos.

Sequer pensa no esforço feito durante a subida. Agora é hora de contemplar a beleza que só quem ama prevê.

És mais que tudo aquilo dito. És sentido, sentimento. És amor.

Para ti brilham meus olhos.

Aceita essa poesia de encantamento diante do imenso poder da vida sobre todas as ilusões da morte.

Quem matou foi quem morreu.

Te amo, nos amamos, amor não morre.

Dorme.


Ana Cláudia Laurindo

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