Saúde e coragem
13 de maio de 2009O caos no Hospital Geral do Estado, que ocupou as manchetes dos jornais na semana passada, é vergonhoso. O próprio Conselho Regional de Medicina classificou a situação como desesperadora, e o governo tucano falou em pedir ajuda do Exército e montar um Hospital de Campanha. É solução típica de quem não dá valor à vida e que se recusa trabalhar em prol dos mais pobres, dos desamparados. Falta ânimo, coragem mesmo, para enfrentar o problema.
Quando assumimos o governo do Estado em 1999, resolvemos eleger a saúde como prioridade, afinal, noventa por cento da nossa população dependia, exclusivamente, do serviço público de saúde. Resolvemos, então, fazer da nossa administração uma proposta de vida. A Unidade de Emergência atravessava o seu pior momento e acumulava uma dívida com os fornecedores de mais de R$ 1,4 milhão. Faltava remédio para o povo. Uma auditoria da dívida foi realizada no primeiro mês de governo e o fornecimento de alguns itens foi garantido graças a um acordo feito diretamente com fornecedores. Mesmo assim, a situação era difícil. Faltavam recursos. Mas isso não nos esmoreceu. Arregaçamos as mangas e fomos ao trabalho.
Ao longo do tempo, investimos forte em saúde. Descentralizamos e regionalizamos o atendimento de emergência do Estado. Para isso, construímos em Arapiraca, em parceria com o Governo Federal, a Unidade de Emergência do Agreste, reformamos e modernizamos a Unidade de Emergência Armando Lages e realizamos a reforma e a ampliação do Hospital Dr. Carlos Gomes de Barros, em Passo do Camaragibe. Também investimos no profissional de saúde, com a realização de concurso público e a implantação do Plano de Cargos e Carreira, uma antiga reivindicação da categoria.
Mas saúde não se faz apenas com hospitais. Construímos adutoras para levar água à população do interior e ajudar na redução da mortalidade infantil. Em 1998, da cada mil crianças nascidas vivas, 68 morriam. Conseguimos reduzir o número para 28 por mil, graças também ao Programa de Saúde da Família.
É importante frisar, que era uma luta diária. Um governo que se propõe a administrar a vida de milhões de pessoas, não pode raciocinar como um coronel de engenho.Os tucanos, dentro do pensamento neoliberal, insistem na tese de que pessoas, vidas, são apenas números. Onde é possível, cortam, sem contemplação. O caos na saúda, o drama da violência cotidiana, são frutos dessa idéia tacanha chamada “choque de gestão”. O governador tucano, que parece alheio a tudo, distante da realidade, segue a cartilha sem levar em conta que tem muita gente morrendo por conta da sua inércia.
Mas não se iludam: a sociedade acompanha tudo e já começa a cobrar do governo que ao menos se digne a trabalhar. Não adianta perambular pelos gabinetes de Brasília defendendo apenas interesses pessoais enquanto o povo atarantado vê Alagoas desmoronando.
Assim como sugerimos que no caso da violência o governo deveria reconhecer a incompetência e pedir ajuda, no caso da saúde repetimos o conselho. Não se trata apenas de montar, de forma humilhante, um hospital de campanha. O problema da saúde é de estrutura e requer, como dissemos acima, coragem para enfrentá-lo. De que adianta um governo que não governa? Que vive distante do povo? Que se recusa a enxergar o óbvio? O governador deve estar pensando em começar a se mexer no próximo ano, que é ano de eleição. Enquanto isso, a sociedade sofre.
Fonte:Blog Ronaldo Lessa
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