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Ação do Panamericano derrete :PAPÉIS CAEM 6,89%



O anúncio do aumento de capital do Banco Panamericano em R$ 1,8 bilhão não pegou bem no mercado. As ações do banco fecharam o dia em queda de 6,89%. A instituição anunciou a emissão de 297,5 milhões de novas ações para conseguir captar o montante -- 160,6 milhões de ordinárias e 136,9 milhões, preferenciais. A operação ainda precisa ser aprovada pelos acionistas e visa a conseguir financiamento para adquirir o banco imobiliário Brazilian Finance & Real Estate. A parte a ser paga pelo banco na compra é de R$ 940,3 milhões, enquanto o BTG Pactual deve entrar com R$ 275 milhões.

PAPÉIS CAEM 6,89%; BANCO QUEBRADO POR SILVIO SANTOS, MAS QUE HOJE PERTENCE A ANDRÉ ESTEVES (ESQ.) E É COMANDADO POR JOSÉ LUIZ ACAR (DIR.), PEDIRÁ MAIS RECURSOS DA CAIXA ECONÔMICA PARA ASSUMIR A BM SUA CASA; SERÁ QUE VALE A PENA?


A compra de uma participação acionária no Panamericano, que pertenceu a Sílvio Santos, virou um pesadelo dentro da Caixa Econômica Federal, que aportou R$ 740 milhões, pouco antes da quebra. Com rombo de R$ 4 bilhões, o banco foi socorrido pelo Fundo Garantidor de Crédito e, logo em seguida, assumido pelo BTG Pactual, do financista André Esteves – com cerca de 36% do capital total, a Caixa permanece como acionista minoritária. Nos últimos meses, o Panamericano continuou a ser notícia nas páginas policiais, em função de um inquérito da PF que investiga por que o banco foi socorrido, e também nas colunas econômicas, em função da necessidade que o banco tem de receber mais capital – ele vem operando abaixo dos níveis mínimos exigidos pelo Banco Central. De acordo com uma nota recente publicada na revista Época, a direção da Caixa sinalizava não estar disposta a colocar mais dinheiro no Panamericano. Falava-se em R$ 360 milhões.

O quadro, no entanto, pode mudar. Habilidoso, o financista André Esteves parece ter encontrado a solução ideal para tornar mais palatável uma capitalização: uma aquisição charmosa, que cria o pretexto para um novo aporte de recursos – inclusive com dinheiro da própria Caixa Econômica Federal. O Panamericano, comandado pelo executivo José Luiz Acar Pedro, acaba de anunciar a compra da empresa BFRE (Brazilian Finance & Real Estate), que é mais conhecida do público pelas 88 lojas da BM Sua Casa. Trata-se de uma rede independente de financiamento imobiliário que foi fundada pelo executivo Fábio Nogueira, ex-Bank Boston, e cresceu muito nos últimos anos, liberando empréstimos de forma mais ágil e menos burocrática. O preço da aquisição foi fixado em R$ 1,2 bilhão no memorando de entendimentos.

Para que o negócio se concretize, no entanto, será preciso que os atuais sócios do Panamericano capitalizem o banco. E é exatamente aí que entra o dinheiro da Caixa. Como o Panamericano arcaria com a maior parte da transação (cerca de R$ 1 bilhão), a Caixa teria que colocar mais R$ 360 milhões no Panamericano. Duro será convencer a opinião pública de que um banco estatal, que já investiu uma montanha de dinheiro no banco de Silvio Santos, terá que fazer agora um novo aporte.

A transação também desperta certa desconfiança no mercado financeiro, em razão dos riscos de formação de uma bolha imobiliária no Brasil. No entanto, não faltarão especialistas apontando sinergias entre os negócios da Caixa, líder em crédito imobiliário, do Panamericano, que financia a chamada "nova classe média", e da BM Sua Casa, um player independente do setor.

Brasil247

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