-->

{ads}

Cremal vai iniciar processo de interdição no Hospital dos Usineiros



Um dos hospitais mais tradicionais de Alagoas parece ter chegado ao ápice de uma crise que se arrasta há anos, provavelmente devido ao mau gerenciamento. A situação de dificuldade assumiu proporção alarmante, deixando em perigo os pacientes internados. “Por conta disso, vamos iniciar um processo de interdição ética na instituição. O local não oferece condição para que os médicos exerçam suas atividades, e sabemos que quando algo dá errado quem responde criminalmente é o profissional médico. Impossível trabalhar assim”, disparou o presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas, Fernando Pedrosa.

Segundo ele, não bastasse o a falta até de material de higiene, agora falta também medicamento para quem está sob tratamento, recuperando-se de problemas sérios nos leitos da unidade. Alguns pacientes pós-cirúrgicos que precisam de antibióticos, por exemplo, ficam sem o remédio – obrigatório – para dar sequência ao tratamento, caso os familiares não comprem imediatamente. Primeiro foi dada a desculpa de “problemas na farmácia”. Depois, os próprios servidores confessaram: não tem mesmo, e não há previsão do abastecimento.

De acordo com o Dr. Fernando Pedrosa, diariamente os médicos procuram o Conselho pedindo orientação sobre como proceder porque não existe estrutura adequada para se exercer a medicina.

O hospital teve contas bloqueadas, enfrenta pedido de intervenção e desde o ano passado vem pagando a folha com atraso. Atualmente já são três meses acumulados e os médicos lamentam o fato de que a direção não apresentar justificativas plausíveis; finge que o problema não é tão sério – o que aumenta ainda mais revolta de todos.

Particular, mas conveniado ao Sistema Único de Saúde, o hospital, chefiado há décadas pelo fornecedor de cana Edgar Antunes, recebe dinheiro público assiduamente. Além disso, mesmo para quem tem plano de saúde, a unidade não está cumprindo sua contrapartida.

Inconformados, os servidores apelam para o Ministério Público, Justiça, governo do Estado, Conselho Estadual de Saúde, sindicatos da área da saúde e entidades médicas como o Cremal, por exemplo, no sentido de tentar encontrar uma alternativa para viabilizar o hospital – popularmente conhecido como dos usineiros – mas por enquanto ainda não há uma definição animadora. O receio de todos é que Alagoas, cuja quantidade de leitos sempre foi insuficiente para atender a demanda, fique em situação ainda pior.

A UTI foi a primeira parte a parar de receber novos pacientes. A direção anunciou fechar a UTI no próximo dia 25 de setembro. Ali os problemas vão desde a falta de equipamentos e medicamentos, falta de manutenção, equipes incompletas e salários de funcionários em atraso.

Ninguém sabe com exatidão o montante do débito da instituição. Fala-se em R$ 50 milhões. Só com a Eletrobrás, a dívida é de R$ 750 mil. Em caso de falência, a prioridade de pagamento é a folha dos funcionários.
Fátima Vasconcellos
CREMAL-CFM

Leia outros artigos :

Postar um comentário

0Comentários
* Por favor, não faça spam aqui. Todos os comentários são revisados ​​pelo administrador.
 Postagens Relacionadas