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A liberdade e o fosso



10h19, 14 de janeiro de 2011

Blog de Ana Claudia Laurindo

http://blogdeanaclaudia.zip.net/

Quando era escassa a liberdade no uso da palavra, tantos quiseram falar, e por isso morreram! A magia da auto-afirmação enquanto nação, cidadão, pessoa, perseguia a liberdade fugidia, encarcerada, trancafiada nos galpões da tortura. Sentidas lágrimas pelos pais e mães, pelos filhos e filhas, arrebatados pela força bruta do Brasil emudecido pela arrogância das armas oficiais.

Hoje a liberdade de expressão alcançou garantias! Felizes daqueles que amam compartilhar o verbo em prol de uma sociedade mais justa, humanitária, equânime em sua base...contudo...desertaram os falantes...

As armas se travestiram em cantadas oficiais e cada qual busca sobreviver à sombra dos egos, que crescem cada vez mais, insuflando o vazio, banalizando o sentido das lutas de outrora, regadas a tantos desencantos e privações! Derramam-se discursos como uma cascata de auto-justificativas: os tempos são outros, o cenário é outro, e poderiam acrescentar que os interesses também são outros!

Busco a intelectualidade alagoana no cenário frio da contemporaneidade: eis que está enfeitando eventos! Ocupando cadeiras em mesas floridas. Desertando cada vez mais da alagoanidade que agoniza! Com falas genéricas, sobre um Brasil tão amplo, um mundo e um universo a distância segura da nossa política! Política que se nutre da morte, da impunidade e da subjugação dos enfraquecidos!

Não participarei desse silêncio carregado de ais! Leio livros para melhor compreender o meu papel de cidadã instruída numa sociedade tornada analfabeta! Alagoas está largada à margem da mundaú fétida. Não há aqui nenhuma política pública visando à melhoria das condições de vida. Precisar de Segurança, Saúde, Educação e até mesmo dos serviços do IML é mendigar sem receber nada...

É preciso uma estima sobre-humana para ir em frente, viver e produzir dignamente aqui. A falta de denúncias é chocante! Os microfones só têm serventia nas tribunas onde o poder se reafirma em negociatas e transações nem sempre confessáveis, discursando a favor de si. Os Movimentos Sociais estão em silêncio. Os intelectuais estão em silêncio. A sociedade explode em mortes.

Enquanto isso uma extensa faixa azul tremula, garantindo que está tudo bem, jorrando dinheiro nas caçapas da mídia paga. Uma terra de mentiras, para cidadãos em grave processo de alienação, com a finalidade de legitimar a “democracia” que aí está.

Esse fosso terá fim?

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