Breadcrumb

Imagem do AR NEWS 24h

AR News Notícias. Preenchendo a necessidade de informações confiáveis.

Maceió AL - -

SINMED PEDE À JUSTIÇA PROTEÇÃO PARA MÉDICOS CONTRA MEDIDAS ARBITRÁRIAS DO GOVERNO

Presidente do Sinmed, Wellington Galvão, se antecipou às punições



Presidente do Sinmed, Wellington Galvão, se antecipou às punições
 
 
Cirurgiões efetivos da UE do Agreste temem ser forçados a multiplicar carga horária. Leia o documento enviado ao juiz.
 



Maceió, 11 de Novembro de 2010

À 4ª Vara Cível da Fazenda Pública em Arapiraca

Meritíssimo Juiz

Giovanni Alfredo de Oliveira Jatubá

Titular

Excelentíssimo Senhor,

Em rodada de negociação na última segunda-feira, 8 de novembro, com gestores da Secretaria Estadual de Saúde, os médicos cirurgiões que trabalham como prestadores de serviços na Unidade de Emergência Dr. Daniel Houly (UE do Agreste) em Arapiraca reivindicaram remuneração mensal de R$ 10 mil para carga horária semanal de 24 horas, valor que a categoria considera justo e adequado para remunerar o trabalho que desenvolve no hospital. Esse valor representa quatro vezes o salário de um médico efetivo, contratado através de concurso público, e que desenvolve o mesmo trabalho, no mesmo local e nas mesmas condições.

Os gestores recusaram a proposta e, ainda durante a reunião, foram oficialmente comunicados que os médicos cirurgiões prestadores de serviços não têm mais interesse de trabalhar para o Estado, devendo cumprir os plantões agendados para os próximos 30 dias (a contar daquela data – 8 de novembro). Ou seja: a partir de dezembro, a Unidade de Emergência do Agreste passará a contar apenas com os oito (08) médicos do quadro efetivo, para cobrir as escalas de 24 horas diárias, sete dias por semana.

O fato de não ter havido entendimento entre os médicos cirurgiões prestadores de serviços e os gestores deixou apreensivos os médicos efetivos, que não têm condições de suprir toda a demanda do hospital. A preocupação se justifica pela prática do Estado de recorrer à Justiça para obrigar os médicos efetivos a cumprirem plantões extras – sem levar em conta compromissos profissionais desses médicos em outros hospitais, além da básica necessidade de repouso.

Recentemente, quando da paralisação de advertência dos médicos cirurgiões prestadores de serviços, atendendo solicitação do Governo Estadual, a Justiça de Arapiraca determinou que os médicos efetivos cobrissem as escalas de plantão sob pena de sanções administrativas e de multas pecuniárias fora da realidade – principalmente, levando-se em consideração o salário (vil) que o Estado paga aos médicos efetivos.

No entendimento da categoria e do Sindicato dos Médicos de Alagoas, o Estado é que deveria ser punido e compelido a contratar mais médicos para garantir condições mínimas de assistência adequada à saúde da população, além de ser obrigado a remunerar decentemente uma categoria profissional importante, fundamental para o funcionamento dos serviços de saúde, mas que vem sendo sistematicamente desrespeitada, através de salários vis e da falta de condições éticas de trabalho – que inclui a sobrecarga decorrente da carência de médicos na rede pública estadual.

No caso da UE do Agreste, além de ser humanamente impossível para os oito médicos efetivos cumprirem toda a escala semanal, a ameaça das punições está deixando os médicos efetivos assustados e até propensos a abrirem mão de seus empregos e se demitirem do Estado. Atualmente, contando ainda com o trabalho dos dez médicos cirurgiões prestadores de serviços, os médicos já sofrem com a sobrecarga de trabalho, devido à grande demanda por atendimento na UE do Agreste, sobretudo nos finais de semana e feriados prolongados. Sem os dez prestadores de serviços, será impossível atender à demanda.

É importante salientar ainda que ao obrigar os médicos a cumprirem escala extra de trabalho, o Estado e a Justiça tiram esse médico de outro serviço onde atua, o que pode gerar para o profissional sanções éticas do Conselho Regional de Medicina, além das punições administrativas impostas pelo serviço onde o médico deixar de comparecer.

Finalmente, parece ser necessário lembrar que os médicos também precisam de descanso, de algum tempo de lazer junto com a família e que médicos, assim como as outras pessoas, adoecem. E o risco de adoecerem aumenta quando trabalham além do humanamente suportável (por três ou quatro colegas), em condições precárias (hospital superlotado, falta de equipamentos, falta de medicamentos, falta de segurança, etc.), desrespeitados com um salário vil e sob pressão (ameaça de processos, multas, etc.).

Diante de tudo que acabamos de expor, solicitamos ao MM. Juiz a adoção de medidas judiciais que protejam os médicos cirurgiões efetivos da UE do Agreste da prática arbitrária e abusiva do Estado de querer impor trabalho forçado a esses profissionais, quando o afastamento definitivo dos cirurgiões prestadores de serviços ocorrer a partir do dia 7 de dezembro próximo.

Ficamos no aguardo do atendimento ao nosso pleito.

Atenciosamente,

Wellington Moura Galvão

Presidente do Sinmed

Herberth Toledo

Delegado do Sinmed em Arapiraca



Fonte
Ascom Sinmed

Postar um comentário

0Comentários
* Por favor, não faça spam aqui. Todos os comentários são revisados ​​pelo administrador.